convite para participar nesta Edição da Revista Start & Go, integralmente escrita por Mulheres, surgiu muito próximo do Dia da Mãe, o que me levou ao tema Maternidade versus Carreira. Existirá um modelo de carreira masculino e outro feminino?

Sabemos que ainda prevalecem os estereótipos da imagem da mulher ligada à família e à casa. Por um lado, ela própria se vê, frequentemente, envolvida num conflito interno entre a Carreira e a Maternidade, sentindo-se presa à crença de que o papel parental tem de ser desempenhado por si. Por outro lado, no que respeita às empresas, parecem estar sempre em sobressalto em relação às suas colaboradoras ou a novas contratações femininas, dado o “risco” constante de estas serem ou se tornarem mães.

A ideia de que a realização da mulher está na Maternidade, conduziu à criação da teoria do “Mito da Mãe Perfeita” incutindo responsabilidade, mas por vezes, também, culpa: a culpa por trabalhar (“abandonando” os filhos numa creche), a culpa de lutar pela sua carreira, a culpa de não ser a mãe perfeita e de se preocupar por

 atingir um desempenho profissional elevado. Acontece, por isso, que a Maternidade é uma escolha, muitas vezes, adiada para uma fase posterior da vida e apenas depois de atingido algum sucesso profissional, por forma a assegurar que não haverá retrocesso na Carreira.

É certo, no entanto, que a mudança de paradigma está, gradualmente, a alterar esta perceção social (modos de guarda e divisão dos cuidados prestados aos filhos) bem como as práticas organizacionais. As empresas estão, felizmente, cada vez mais “Familiarmente Responsáveis”, o que significa adotar “Medidas de Conciliação” e Práticas “Amigas da Família”.

Estas medidas ajudam a desenvolver Políticas de Recursos Humanos que valorizam e apoiam a Maternidade e estimulam uma Cultura Organizacional na qual as Mães não são discriminadas ou pressionadas, nem pelas Chefias nem pelos Colegas.

A Norma Portuguesa NP 4552- Sistema de Gestão da Conciliação entre a Vida Profissional, Familiar e Pessoal cuja primeira edição data de 2016, pode ser aplicada a todo o tipo de organizações, independentemente do 

setor, da dimensão, do setor público ou privado. Esta norma permite reconhecer a família como um stakeholder importante para a organização, o que apresenta benefícios quer para as Mães quer para a empresa, entre outros:

• Retenção e captação de talento

• Aumento da motivação e satisfação

• Diminuição do absentismo

• Aumento do foco e concentração no trabalho

• Valorização da Organização perante a Comunidade

É fundamental a valorização das esferas pessoal e familiar das Mães trabalha­doras através do reconhe­ci­mento das suas necessidades espe­cíficas e da realização de uma avaliação do stress família-trabalho resultante da dificul­dade de articulação entre as duas esferas, apoiando as mulheres que são profissionais e Mães.