2023: Os comerciantes vão ser mais pragmáticos
Lidar com o excesso de stocks, regressar aos básicos, a importância renovada das compras presenciais e estratégias para reimaginar a ‘fast fashion’ vão estar na ordem do dia.
endo em conta o contexto macroeconómico atual e a alteração dos hábitos de consumo que se têm vindo a reforçar nos últimos meses, a CI&T (NYSE: CINT), líder em transformação digital para empresas globais, apresenta hoje as seis tendências que antecipa para o setor do retalho em 2023.
#1. Apostar nas pré-encomendas para lidar com o excesso de inventário
Agora que a crise da cadeia de abastecimento começa a acalmar, os retalhistas deparam-se com excessos de inventário, que por sua vez se traduzem em custos adicionais de armazenamento. Juntando as pressões inflacionistas à equação, veem-se cada vez mais limitados para conseguir escoar stocks. Fazer promoções para diminuir o inventário antigo é uma tática sobejamente conhecida, mas a verdade é que reduzir os preços não é sustentável a longo prazo, sobretudo em período de recessão.
Assim, no próximo ano vamos ver mais comerciantes a recorrer às pré-encomendas para gerir melhor o inventário. Esta alternativa é extremamente rentável, uma vez que permite avaliar o interesse num produto de forma antecipada, até mesmo antes do início da produção. As pré-encomendas têm vindo a ganhar maior aceitação e adesão em vários países, e as vantagens estão à vista –
especialmente para os retalhistas mais pequenos –, uma vez que cortar custos de produção e armazenamento pode fazer uma enorme diferença nas margens de lucro.
#2. Regatear será palavra de ordem
O novo ano será um autêntico "mercado de regateio", com os comerciantes a procurar novas formas de competir em termos de preços. Veremos uma maior adoção de ferramentas de negociação de preços entre consumidores e chatbots, em que se oferece um preço diferente a cada cliente, personalizado de acordo com as suas capacidades de negociação. Com o tempo, as inconsistências para o retalhista acabam por suavizar-se, para que este não fique a perder.
Esta inovação será um grande passo para as marcas. Num mercado instável, os modelos tradicionais de previsão da procura já não são tão eficazes como antes, pelo que os preços dinâmicos e individualizados têm enorme potencial – desde que as empresas sejam transparentes com os seus clientes sobre como ou quando podem obter o melhor preço. Os retalhistas podem até partilhar com maior abertura o número de unidades dos artigos que estão disponíveis no momento, para que os consumidores possam tomar decisões de compra mais informadas.
#3. De volta aos básicos
Com a crescente inflação, em 2023 os consumidores vão evitar cada vez mais gastos desnecessários e despesas
excessivas. Os consumidores estão a eliminar custos onde podem, cancelando subscrições e optando pelos comerciantes com melhores promoções. Para responder a isto, as marcas terão de dar mais ênfase aos produtos básicos para atrair consumidores. As lojas de roupa que praticam preços médios, por exemplo, vão possivelmente introduzir ofertas mais simplistas e centrar-se em peças essenciais, em vez de tendências que se tornam rapidamente obsoletas. Para além disso, será preciso ter em conta que os consumidores já estão a questionar o valor da fast fashion e a optar cada vez mais por marcas mais sustentáveis e duradouras.
#4. As compras presenciais ganham impulso
Os consumidores podem estar a cortar nos gastos, mas a alegria de fazer compras de forma presencial não se perdeu. Após a explosão do e-commerce durante a pandemia, em 2023 vamos assistir a um reganhar de importância das compras físicas, à medida que as marcas procuram formas de atrair os consumidores que vão para além do preço. Assim, há uma enorme oportunidade para as marcas se destacarem através da criação de ambientes de loja de que as pessoas possam realmente desfrutar, mesmo que não tenham um grande orçamento – afinal de contas, a experiência de ver montras é gratuita. Entre o aumento dos preços e das contas de energia, a simples entrada dos clientes nas lojas