1 de Maio de 2023





ALEXANDRA O'NEIL

Coautora do Livro “Seja Proativo! Assuma o Controlo” Publicado pela Lidel Editora



A Proatividade é uma escolha!



A almejada PROATIVIDADE surge como um objetivo preconizado por indivíduos e entidades coletivas tanto como caraterística, como comportamento.




E

ste adjetivo, complexo e multifacetado, é referido em fóruns de desenvolvimento pessoal e corporativo, frequentemente descontextualizado e incompreendido na sua plenitude. Neste sentido, não obstante, do indicado, dadas as inúmeras referências e estudos de ligação entre o conceito de Proatividade e o sucesso no alcance de metas e objetivos, torna-se fácil a compreensão da vontade em se catalogar pessoas e organizações como de caracter binário proativo ou reativo. Mas será mesmo assim? Ou tratar-se-á de escolhas que fazemos, ou devemos fazer diariamente, podendo cada um de nós, como indivíduos e organizações, deambular ou flutuar entre ambos os comportamentos, correspondendo assim a Proatividade a um processo interligado entre individuo, contexto e interlocutores?

A literatura define proatividade como “assumir o controlo para fazer acontecer, em vez de assistir ao que acontece”, Proatividade é ainda descrita como “envolvendo ambição e esforço no sentido das mudanças para alcançar um futuro diferente”. São assim identificáveis atributos que permitem compreender se um comportamento é proativo, como: “(1) se o foco está numa ação futura, (2) se existe uma mudança efetiva de algo (ou de 

Existem três tipos de pessoas: as que fazem acontecer, as que observam o que acontece e as que perguntam “o que é que aconteceu?”. Bateman (2017)

alguém), e (3) se a iniciativa parte do próprio”. Mas, serão estas particularidades suficientes para caracterizar a proatividade?

O “comportamento proativo, tanto num contexto pessoal como profissional, ao nível corporativo, académico, ou mesmo social, coloca-nos numa posição avançada, implicando a reflexão e antecipação dos cenários de provável ocorrência”. A literatura sugere que este comportamento aumentará a probabilidade de cumprimento do planeado. Deste modo, a Proatividade não implica somente o “fazer acontecer”, mas sim, a antecipação, preparação e ação devidamente enquadrada, consciente e consequente.

No livro “Seja Proativo! Assuma o Controlo” são partilhadas referencias bibliográficas e testemunhos que apontam para a consequente “redução de stress e pressão” com a assunção de uma abordagem proativa, assim como para a “menor probabilidade de erro ou arrependimento”.

Com a preparação, planeamento e ação atempada, características de uma efetiva abordagem Proativa, conseguiremos um “sentimento de controlo sobre os acontecimentos que inevitavelmente nos ajudará a alcançar melhores resultados”. Em oposição, o comportamento reativo implica com frequência o sentimento de




incapacidade e de incremento de erros. Logo, com os “olhos postos no horizonte e não na ponta do sapato”, conseguiremos antecipar e fazer acontecer sonhos e aspirações, agindo de forma perspetivada e consciente. Este olhar sobre o horizonte permite-nos uma visão do futuro, que de modo positivo e integrado conseguiremos concretizar.

“Pessoas proativas exibem com frequência sentimentos de gratidão e felicidade”, trata-se de uma evidência, consequência nomeadamente do incremento na capacidade de gestão do tempo, que permite a indivíduos que exercitam a antecipação, planeamento e consequente ação, uma gestão pessoal e profissional mais eficiente.

No sentido indicado, John C. Maxwell, refere que acredita que cada um de nós escolhe como abordar a vida. “Se escolhemos ser proativos focamo-nos na preparação, se escolhermos ser reativos, focamo-nos na reparação”. 

Acrescentaria somente que não se trata de uma escolha permanente, podendo o contexto e interlocutores moldar a nossa escolha de forma alternada.

A consciência e reconhecimento de que se trata de uma escolha, e de que somos responsáveis pela mesma e suas consequências, tendo a liberdade para nos motivarmos de acordo com os nossos princípios e valores, será à partida, no imediato uma vantagem significativa, face à deriva consequente da posição de vítima das fatalidades e ações de terceiros, conforme a reatividade dita. Neste sentido, o autor Stephen Covey, indica que a autorresponsabilização na criação de condições e resultados, desresponsabilizando terceiros ou o contexto pelas nossas escolhas, implicará no reconhecimento de que a reação destes não será mais do que a consequência das nossas opções. Assim a Proatividade segundo Brian Tracy, permite-nos ser “criadores de circunstâncias em alternativa de  

simplesmente sermos uma criatura de circunstância”.

Olhando para o implícito otimismo na definição indicada, advertimos que, conforme indicado por Vera Nazarian, não se trata de ingenuidade ou falta de consideração do espectro mais alargado de condicionantes, mas sim, da análise e ponderação otimizada, previa, das diversas opções disponíveis, mesmo que por vezes limitadas. Nesta ótica pretende-se uma visão holística, analítica e ponderada, atempada e concreta, seguida de uma ação enquadrada e participada.

Devemos deste modo subordinar os nossos impulsos aos valores e escolhas que efetuamos, criando oportunidades.

De forma simples, e como dica, pense no destino/objetivo, iniciando a sua jornada com o fim em mente, estabeleça objetivos parcelares e prioridades, procure compreender e depois ser compreendido, e claro encontre sinergias! 

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