
MARIA DE JESUS FONSECA
Consultora em GRH e Comportamento Organizacional
“Os bons Gestores de Talentos pensam primeiro como Homens de Negócio”
A frase que dá o título a este artigo foi proferida por Patty McCord antiga Diretora de Talento na Netflix, atualmente Consultora de Recursos Humanos. Suscitou em mim alguma curiosidade sobre como reagirão os Gestores de RH a esta ideia? Estarão de acordo? Como se posicionam os RH face ao negócio?
as o que significa, afinal, pensar como um homem de negócio? Na minha opinião, há um conjunto de semelhanças entre os dois perfis e respetivos mindsets.
Uma primeira semelhança é a atitude empreendedora. No caso do homem de negócio, significa criar algo diferente e com valor, assumindo riscos e recebendo as consequentes recompensas. Para os RH, significa ser inovador e pioneiro em algumas ideias na Gestão de Pessoas, correndo o risco de serem vistas com “um bocadinho loucas” no início, mas obtendo como recompensa o envolvimento e o compromisso responsável do Colaboradores.
Uma segunda semelhança é a necessidade de , não equipas grandes, necessariamente. Rodear-se das pessoas certas, que ajam a bem da empresa, é uma mais-valia para o homem de negócio. Recrutar as pessoas certas, com as competências adequadas e com o perfil comportamental alinhado com os
valores da empresa, é um dos objetivos primordiais dos RH.
A terceira semelhança é agir sempre de acordo com “o que é bom para a empresa”. O Homem de negócio estabelece uma visão e objetivos, centrando-se no que é importante para torna-los realidade e com a preocupação constante da máxima eficácia e eficiência.
Os RH modelam e encorajam os comportamentos que permitem alcançar tal visão e tais objetivos, atraindo, retendo e desenvolvendo as Competências, os Valores, as Atitudes e os Comportamentos que são melhores para o sucesso do negócio.
A quarta semelhança é a comunicação orientada para o cliente. O homem de negócio encontra na comunicação a ferramenta para se diferenciar, vencer a concorrência e conquistar clientes.
Os RH tratam os colaboradores como clientes internos e usam a comunicação como forma de perceber as suas necessidade e responder aos desafios das múltiplas personalidades e subculturas, como se fossem diferentes
nichos de mercado com necessidades de gestão diferentes.
A quinta semelhança é a paixão pelo que fazem. O homem de negócio é, normalmente, entusiasmado e enérgico, resultado do prazer que retira do que faz, da possibilidade de liderar e de influenciar pessoas, sejam colaboradores ou clientes.
Da mesma forma, os RH exercem a sua atividade com entusiasmo e paixão pelas pessoas, por cuidar do seu bem-estar, motivando-os, assim, para contribuírem para o propósito maior da organização.
Terei, certamente, oportunidade de perguntar aos Gestores de RH com quem contacto nas empresas por onde passo, como formadora e consultora, se “pensam primeiro como homens de negócio inovadores e, por último como especialista em RH”, como diz Patty McCord … fá-lo-ei…
Se gosta deste tema, deixo-lhe uma sugestão de leitura “Reinventar os RH” da coleção HBR 10 artigos Essenciais.