LUIS LOBÃO
Professor e Consultor
O MEU MAPA DO FUTURO... E ALGUMAS EXPECTATIVAS!
Falar sobre o futuro é um exercício sempre atraente! Desde que o mundo é mundo, a vida está em constante movimento.
Pequenos acontecimentos, isolados ou nem tanto, juntos a diversos outros possíveis fatores, criam contextos. E contextos, somados a outros, dão origem às grandes mudanças. Todas as casualidades são interdependentes, responsáveis por gerar transformações estruturais na natureza e na humanidade. Direta e indiretamente, tudo está conectado; e quanto mais conscientes estivermos disso, melhor desenvolveremos a capacidade de lidar com as pessoas e os acontecimentos à nossa volta. As tendências de negócios para 2022 apontam para mudanças profundas no mercado e, ao mesmo tempo, uma grande expectativa de continuação na recuperação da economia mundial. Apresento abaixo a minha leitura sobre as 05 principais tendências, sem a pretensão de estar certo ou de que querer adivinhar o futuro com uma certeza absoluta, são somente notas de um observador:
#1 (Re)Humanização globalizada:
Depois de uma década marcada pela síndrome de burnout e transtornos de ansiedade, o mercado volta as atenções para a humanização e prioriza o bem-estar e a saúde. Nesse ponto devemos destacar que a pandemia mundial da Covid-19 abalou ainda mais o cotidiano, testando a resiliência psicológica das
pessoas, limitando suas experiências e provocando choques econômicos.
Como as empresas estão auxiliando seus colaboradores e consumidores a lidarem com circunstâncias adversas a conquistarem autoconfiança? O funcionamento e as regras gerais da sociedade entraram em colapso. Em função do foco nos bens de produção e na tecnologia, exercido excessivamente nas últimas décadas, esquecemos de dar atenção às necessidades humanas mais fundamentais para viver com qualidade de vida. A sociedade literalmente adoeceu, alcançado registros de doenças causadas por stress, fadiga e isolamento em proporções nunca vistas na história. Agora se inicia uma reorganização, priorizando principalmente a saúde e o bem-estar da população. Na era das crises de ansiedade, síndromes do pânico e diagnósticos cada vez mais crescentes de depressão (segundo a Organização Mundial da Saúde), estarmos atentos à saúde mental e desenvolvermos consciência emocional é o primeiro passo para restabelecermos qualidade de vida, incluindo condições básicas para o desenvolvimento de qualidade laboral.
#2 Web 3.0:
Mais um termo tem surgido nas conversas relacionadas à tecnologia, ao blockchain e ao metaverso. A primeira fase da internet marca a maneira como os usuários inicialmente interagiram na rede. A maioria era formada por consumidores passivos de conteúdo.
Acessavam sites de notícias, portais, chats de bate-papo e alguns serviços de mensagens. Com a Web 2.0, fase em que estamos, essa relação mudou. A interatividade ganhou força. Passamos de usuários passivos para ativos. A criação de conteúdo cresceu de forma exponencial. A rede se tornou mais social, criativa e colaborativa, mas isso teve um “preço”. Todas as plataformas, nas quais é possível criar conteúdo, têm acesso aos dados privados de seus usuários. Elas se aproveitam dessas informações para, dentro de seus algoritmos, enviar ofertas customizadas e bombardear as pessoas com informações que julgam relevantes. Mas com o advento do blockchain, uma esperança de algo diferente surgiu, eu diria até sem medo de errar que é a nova internet. A principal inovação dessa rede é a criação de plataformas que nenhuma entidade central controla, mas que são extremamente seguras e confiáveis. A ideia principal é dar mais protagonismo, privacidade e controle aos usuários. A principal vantagem da Web 3 é que ela tenta resolver o maior problema gerado pela Web 2: a coleta de dados pessoais por redes privadas, que são vendidos a anunciantes ou até mesmo atacados por hackers. Além de tudo isso, também teremos essa integração com o Metaverso. Na teoria, tudo está interligado para devolver o controle e privacidade total ao usuário.