19 de Janeiro de 2022





MANUELA RIBEIRO

Consultora e criadora da metodologia THE CHOICE – service awareness



Trends 2022 – Já conhecemos, mas estamos a acompanhar e a agir?



Cada dia que passa é mais claro que já estamos num NOVO TEMPO e isso exige novos olhares, novas dinâmicas coletivas e mudanças profundas de mindset individual.




E

stamos a poucos dias do início de um novo ano e fui à procura de trends para 2022, eis o que escolhi entre o que encontrei, usando como base um artigo publicado na revista Forbes (*):


1 - Sustentabilidade

Cada organização deve procurar eliminar ou reduzir os custos ambientais do seu negócio e as empresas com visão de futuro, estão a olhar de uma forma estratégica, indo além da questão das emissões de carbono e pensando uma atuação em toda a sua cadeia de valor e novos modelos de negócios. Um outro aspeto que surge como relevante é a transparência da informação em relatórios específicos para este tema.

Para refletir - que ações é que a empresa já tomou neste domínio? Continua a responder aos pedidos específicos dos seus clientes ou efetivamente já está a desenhar a sua estratégia de sustentabilidade? Tem objetivos definidos e mensuráveis? Comunica esse posicionamento de uma forma clara?

2 - O equilíbrio entre trabalhadores e sistemas de inteligência artificial

Não há dúvidas de que a auto­mação afetará todos os setores, então os líderes das empresas devem preparar as suas organizações e as suas pessoas para essa nova realidade.

Para refletir – Um breve excerto do livro A Era dos super-humanos – Paula Marques e Ricardo Cayolla. - “Vivemos a Era mais fascinante de toda a história da humanidade, que simultaneamente nos deslumbra e atemoriza. À nossa volta, tudo avança a uma velocidade verti­ginosa e começamos a perceber que o futuro será bem diferente daquele que imaginámos quando eramos crianças. … Depois de séculos a tentarmos ser robots e a tentar competir com as máquinas, chegou finalmente a Era em que a melhor estratégia é investir no desenvolvimento radical de tudo aquilo que nos torna poderosamente humanos.”

De notar que este texto foi escrito antes da pandemia e hoje tem um significado ainda mais intenso.

3 – A mudança na forma de olhar para o talento e para a experiência do colaborador.

A forma como o trabalho está a evoluir, em termos de formas de atuar das gerações mais novas, mais pessoas em trabalho remoto e uma maior necessidade de adaptação das pessoas mais velhas às novas tecnologias, surgem como indicadores claros de que o emprego de tempo integral tradicional será uma coisa do passado.

Para refletir – este tema, que implica obrigatoriamente alterações na política de Recursos Humanos e na organização de processos, é algo que está a ser pensado numa visão de futuro ou ainda como uma resposta pontual a necessidades de momento?

4 – Organizações mais ágeis e menor número de níveis hierárquicos

Tradicionalmente, a maior parte das organizações ainda são muito hierár­quicas e rígidas nas suas estruturas, o que dificulta a rápida adaptação a situações imprevistas, como a que vive­mos, seja em termos de resposta ao mercado, seja na articulação de cola­boradores em trabalho presencial e remoto. 

Esta é a era das estruturas organi­zacionais mais planas, que se parecem mais com comunidades flexíveis do que




com uma estrutura em pirâmide, com as decisões de cima para baixo.

Para refletir – que alterações organizacionais foram implementadas nestes últimos meses na empresa? Com que rapidez e qualidade de serviço se tem conseguido responder ao mercado? Como é que o ponto 3, tem influenciado o ponto 4?

5 – Autenticidade

Os consumidores de hoje procuram mais sentido na ligação com as marcas e esta necessidade de conexão, deu origem à autenticidade como uma tendência de negócio. Como humanos gostamos de ver marcas e líderes de empresas, que apre­sentam qualidades como hones­ti­dade, confiança, empatia, compaixão, humil­dade e até alguma vulnerabilidade e medo. Queremos marcas e líderes, que assumem outros objetivos para além da geração de lucro.

Para refletir – O que as marcas e os serviços da empresa querem “dizer”? O que os clientes percecionam sobre a empresa? Como é que o ponto 5 se articula com a reflexão do ponto 2 – “a melhor estratégia é investir no desen­volvimento radical de tudo aquilo que nos torna poderosamente huma­nos”?

6 – Negócios com propósito

Interligado com a autenticidade, esta tendência tem como objetivo garantir que a organização existe para servir a um propósito significativo - e não apenas para gerar lucros para os acionistas. O propósito define a sua razão de ser e um propósito forte tem a promessa de transformação ou busca por algo melhor - seja um mundo melhor ou uma maneira melhor de produzir algo / de servir os clientes.

Para refletir – Qual o propósito da empresa? O quanto é que esse propósito é claramente comunicado e partilhado com os colaboradores? O quanto é que esse propósito está presente na atividade, nas ações do quotidiano da empresa?

7 – Coopetição e integração

Vivemos num tempo em que quase se tudo pode ser subcontratado. Os negócios nunca estiveram tão inter­ligados e no futuro, será muito difícil ter sucesso sem fortalecer as relações entre organizações. Isto significa integrar cadeias de fornecimento, partilha de                     

informação e até cooperação entre concorrentes. Os modelos de Economia Circular evidenciam as vantagens deste tipo de atuação, como é o caso da simbiose industrial e as plataformas de cola­boração.

Para refletir – como a empresa atua nesta dinâmica de colaboração? Está aberta a novas perspetivas de negócio? Partilhar equipamentos subutilizados? Integrar informação – end to end – desde a pesquisa de matérias-primas até à resposta do consumidor?

    8 – Novas formas de financiamento

    O acesso a fontes de financiamento vive momentos de grande desenvol­vimento, com novas plataformas e mecanismos que conectam, empresas, investidores e até doadores numa nova dinâmica. Muitos desses novos métodos são impulsionados pelo movimento financeiro descentralizado, no qual ser­viços financeiros como empréstimos e transações ocorrem por meio de uma rede descentralizada de blockchain.

    Para refletir – qual o impacto deste tipo de financiamentos na empresa? O que precisa ser assegurado para acompanhar uma nova forma de atuar, de instituições financeiras, dos clientes e fornecedores?

    A modos de conclusão – todas as tendências indicadas já são uma realidade nos dias de hoje, mas a sua tendência de crescimento exige novos olhares, resiliência, flexibilidade e muita adaptabilidade. Como fator critico de sucesso surge – mindset – é tempo de CRIAR o futuro em que queremos viver - mais sustentável no longo prazo – mais colaborativo – mais responsabilidade individual – cada individuo / empresa é CO-CRIADOR desse futuro.

    Que futuro queremos?

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