27 de Julho de 2021








MARIA JOSÉ MACHADO

Fundadora e CEO da Axfilia


O patrão que pague!


Só esta semana assisti a duas situações que me desconfortaram e que não me saíram da cabeça durante alguns dias. Comentei com uma amiga, com o marido, mas esta incredulidade não me deu paz.




Em situações completamente isoladas, assisti ao que agora chamo de “trabalhador zangado com a vida”. Zangados, a pontapear (como gestos de libertação de raiva e saturação) caixas, ora da empresa, ora dos clientes, tudo acompanhado de vernáculo entre os dentes. E em ambas as histórias (verídicas), houve frase: “O patrão que pague!”.

Decidi começar a minha visão da PME do Futuro, exatamente com a fotografia do que eu não acho que deva ser a PME do Futuro. As pessoas são como as células, unidades fundamentais em sistemas, mas sozinhas pouco fazem. Contudo, uma célula ruim pode contaminar outras e, assim o sistema se torna putrefacto.







Já vendo por outro lado, com a visão que deve ser trabalhada de forma constante, persistente e resiliente - a visão otimista, há células com poderes curativas, e há células que se deixam curar.

Há pessoas nas organizações que fazem a diferença, e há aquelas que aceitam. Aceitam navegar no grande barco das empresas, ou na grande aventura de uma empresa familiar, mas e se a ideia que têm é de que a empresa não é mais que um barquinho à vela? Ou de um navio de carga que carrega lixo, e que nada de importante sairá de lá?

A perceção do que é a empresa, não pode ser só da administração, nem se pode desmembrar entre o Dep. de Marketing e o Dep. de Compras. Muito menos ter versões. É muito giro escrever a Visão e a Missão e pendurar o quadro na Receção, ou escrever no website, por onde habitualmente os trabalhadores não passam.

Giro, giro é ver o pessoal a descrever a empresa com aquele brilho no olhar, a preparar as encomendas visualizando a alegria do cliente a abrir a caixa, e a iniciar o turno, sabendo que faz parte de algo maior.

Isto é um sonho, e se as ferramentas indicadas estiverem disponíveis, é um sonho alcançável. Haverá sempre as “células podres”, mas que sirvam elas para nos ensinarem o que não queremos.

Então, e o que deve ser a PME do Futuro?


Um organismo com uma força, dimensão e função, feita de pessoas felizes com a vida. As soluções brotam nas mais variadas pistas que o dia-a-dia vai trazendo. Saber ler essas pistas é focar a atenção nas pessoas e na energia que as transporta.

E por pessoas, não estou a referir-me apenas ao pessoal, estou a falar dele mas também dos seus filhos, dos clientes, dos fornecedores, da rececionista da empresa do lado, do auditor, dos opinion-makers, daquele influencer do Linkedin, do gerente do banco. Cada uma destas pessoas que nos rodeiam, física ou virtualmente, traz insights que só podem é permitir o crescimento da empresa, e a sua mudança. Se o Mundo muda, não seremos nós falsos devotos ao pensarmos que em equipa boa não se mexe? E quanto às células que compõem o nosso sistema, quando se permitem receber, e perceber o que é a empresa, isso reflete-se nos seus gestos e nas suas palavras.




O futuro não pode ser feito só com gráficos de previsões.









































Embora importantes, só se realizam se inspirarmos alguém a entrar no nosso barco e navegá-lo connosco, utilizando a gestão focada no desenvolvimento pessoal, dentro do desenvolvimento profissional.

E aceitar que para atingir um fim – O Sucesso da empresa – duas pessoas podem ter percursos distintos, embora o resultado possa de verdade ser o mesmo.

Flexibilizar as escolhas, confiar, autonomizar.




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