As pessoas que se distinguem a vender conseguem-no porque fazem (passam à ação) e não porque sabem. É no fazer, na boa direção, que estão os resultados. Saber sobre o processo, ter muitos conhecimentos e competências, e não fazer… não leva a resultados. E o universo conspira a favor da ação! Além disso, pela minha experiência, fazer mais do que nos é pedido faz a diferença.
Um processo de vendas refere-se, basicamente, a uma série de etapas repetíveis que uma equipa de vendas realiza para mover um potencial cliente de um estágio inicial para um cliente fechado. Eu gosto muito do (1) conhecer, (2) gostar, (3) comprometer e (4) comprar, se fosse possível apresentá-lo num formato simplificado de 4 etapas.
E reconheço que pode ter muitas mais etapas; no limite, até ser complexo e eficaz (já vi quase de tudo!). Respondo assim, sempre que me pedem uma solução mágica: “se o teu processo está a dar resultados, insiste… se não estiver, muda alguma coisa”. Mas partindo sempre do princípio de que as vendas também devem ser criativas na abordagem – excesso de rigidez por vezes não leva a resultados extraordinários. E lembrem-se: antes mesmo de alguém comprar o nosso produto/serviço, tem de nos comprar a nós como pessoas. Esta é a base da moeda mais valiosa que existe – o fator “confiança” (caráter e competência).
A vantagem de um modelo ou processo bem estruturado é, à partida, conseguir fechar negócios num formato consistente, dando a uma equipa de vendas um caminho a seguir (um passo a passo estruturado). Com um modelo, o ciclo de venda/compra fica mais curto e é passível de medição, criando indicadores para cada uma das fases. Só fazemos o que medimos e, se estamos a medir, estamos a controlar.
Concluindo, se controlamos, em qualquer altura podemos alterar a estratégia nas várias fases e verificar o que está, ou não, a resultar. Simples, assim!
Vou esforçar-me por simplificar em 6 etapas – (1) prospeção; (2) qualificação e empatia/ligação (desqualificação); (3) investigação/ estudo/abordagem (problema que resolvo); (4) apresentação (demonstração/reunião); (5) contorno de objeções (proposta); (6) fecho e pós-venda (assistência e repetição da compra). Poderiam ser muitas mais, mas estas chegam, para não complicar o simples.
Pensem comigo nestas fases da seguinte forma, antes mesmo de um pequeno comentário a cada uma delas, sendo uma forma diferenciadora de olhar para o processo e diferentes fases: ter a habilidade de prospetar, desqualificando; qualificar, confirmando (ou não) o problema do cliente; na fase de investigação, demonstrar como resolvo o problema; na demonstração, apresentar uma proposta; e no fecho e pós-venda, influenciar o cliente para entrar num novo funil. Faz sentido? já tinha pensado desta forma?
PROSPEÇÃO
Como o próprio nome indica, é “abrir um buraco” até encontrar “petróleo”. É uma fase vital do processo de vendas e parte do fluxo de trabalho diário ou semanal de qualquer vendedor. O meu conselho é começar a dar resposta a estas perguntas: Que tipo de cliente queremos atingir (características com 3 filtros)? Quem queremos atingir (dentro da empresa, cargo)? Qual o setor e quais as empresas mais interessantes pela dimensão? Vamos por bases de dados da empresa (ou outras)? Por rede social, tipo LinkedIn (ou outras)? Via introdução por alguém próximo (ou um cliente atual com ligação)? Via networking ou eventos?
QUALIFICAÇÃO E EMPATIA/LIGAÇÃO
Eu prefiro saber o que não quero (desqualificar) do que saber o que quero. Esta é a primeira fase de conexão (rapport) em vendas para ficarmos com mais informação sobre um lead, pois vender também é “flirting”. E pode ser por telefone, email, webinar, inbound, etc., de forma a saber se está, ou não, num processo capaz de avançar na sua decisão de compra. E como as perguntas bem feitas são mais inteligentes que as respostas, aqui ficam algumas para utilizar amanhã: Qual é a sua função/responsabilidade dentro da empresa? Poder de decisão? Quais os problemas e desafios atuais que está a tentar resolver…? Qual a prioridade de os resolver para o negócio? E se não resolver, o que acontece? Alguma solução em avaliação? Porque ainda não resolveu? O que o está a impedir de resolver? Para além de si, quem mais decide e que poderia ser envolvido?
INVESTIGAÇÃO (PROBLEMA QUE RESOLVO)
Aqui conhecemos e aprendemos mais sobre o cliente e os seus desafios presentes e futuros (não esquecer as necessidades latentes e que nem estão identificadas como “dores”). Deveremos, acima de tudo, mostrar como resolvemos o problema, demonstrando a autoridade que temos no assunto, partilhando casos de sucesso e testemunhos, pois são as maiores provas de ganho para avançar no processo (construção e merecimento de confiança). O conselho que dou é “calçar os sapatos do cliente”, para oferecer uma experiência mais personalizada, e fazer “fit”, aumentando assim a probabilidade de fechar um negócio. Ficam também perguntas-chave nesta fase: Alguma solução que já tenham em avaliação ou experimentado? Para além de si, há mais algum elemento