exigências do consumidor atual, que, ao privilegiar a comodidade das compras na internet para ver a sua vida facilitada, esperava receber do distribuidor um serviço mais honesto, rápido e com maior consciência social e ambiental”, afirma Ravit Turjeman.
A realidade, contudo, é que, como nota Rui Adrego, os maiores operadores portugueses “dispõem de uma estrutura física e logística tão pesada e complexa que isso lhes retira qualquer motivação séria para baixarem os preços, com claro prejuízo para o consumidor final e, inevitavelmente, para os próprios produtores e fabricantes, que assim se veem impedidos de escoar o stock desejado e de obter margens mais justas”.
Com uma abordagem orientada para o espírito de comunidade e centrada em proporcionar ao cliente online a experiência de compra mais vantajosa, os fundadores da Comuniti têm assim um objetivo simples: “Operar uma plataforma online que atenda verdadeiramente às reais necessidades das pessoas, erradicando práticas imorais como a aplicação de altíssimas margens de lucro a produtos de primeira necessidade, opondo-se à exploração dos produtores, sobretudo no setor primário, e rejeitando a estratégia promocional agressiva e ilusória dos principais supermercados a operar no país”.
Superadas as dificuldades motivadas
pela pandemia, a Comuniti reajustou o seu calendário de ação e, desde final de setembro de 2020, passou a ter sede no concelho de Santa Maria da Feira, onde dispõe de dois novos armazéns, num total de 4.000 metros quadrados.
Essa área acomoda o crescente stock da plataforma e, com recurso a um staff mínimo de 16 pessoas, assegura a reposição de artigos e o packing da mercadoria a distribuir por todo o território nacional, inclusive arquipélagos. Envios para o estrangeiro também estão disponíveis, nesse caso a preços definidos consoante o país de destino.
A mudança de instalações para a Feira também permitiu que fossem ajustados os mecanismos operacionais do sistema de picking de produto, reforçados os stocks próprios em detrimento do cross-docking entre fornecedores e implementados novos sistemas de gestão de armazém, o que, em última análise, permitiu agilizar o tratamento de uma média atual de 60 encomendas por dia.
Com mais de 70.000 clientes e mais de 50.000 visitantes únicos por mês, o novo supermercado online fundado por Ravit Tujerman e Rui Adrego nasceu de um investimento inicial superior a meio milhão de euros, integralmente financiado por capitais próprios. Entre janeiro e dezembro de 2020, a plataforma acumulou um volume de negócios superior a 1,2 milhões de euros, no que a
influência da despesa publicitária foi praticamente residual, dado que, após um arranque em que custos de divulgação e ganhos se equilibravam numa proporção de 40% para 60%, em meados de 2020 já o investimento em publicidade
correspondia a menos de 1% da receita do site.
Para esses resultados vêm contribuindo funcionalidades inovadoras no mercado português e com as quais a Comuniti já se demarca dos principais concorrentes. O principal desses recursos é o comparador de preços com duas atualizações diárias, que exibe para o mesmo produto o valor a que esse artigo está disponível nos principais distribuidores da concorrência. No seu primeiro ano de atividade, a estatística reunida por esse mecanismo de comparação permitiu concluir que 95% da oferta global da Comuniti esteve disponível a preços mais baratos – e sobretudo “mais justos e honestos”, realçam os fundadores da empresa. Além dessa valência, outra funcionalidade em destaque no novo supermercado online é a compra por quantidade, que permite que determinados produtos diminuam de preço caso o cliente adquira dois, três ou mais unidades da mesma referência. Essa poupança evolui para valores mais baixos à medida que a quantidade do artigo aumenta, até ao limite máximo estabelecido pelo fornecedor.