ANA ISABEL LUCAS
Consultora e Formadora
Fotografias D.R.
As organizações Teal – uma utopia ou uma solução?
Uma empresa tem de dar lucro, ponto! Tem de entrar mais dinheiro do que aquele que sai. E se lhe dissessem que isto não é verdade? Que o objetivo das empresas é fazer as pessoas felizes? Estas duas crenças estão em disputa há quase 40 anos.
a longa jornada do empreendedor, estes princípios fazem parte da primeira aprendizagem e vai carregá-los como um estigma durante toda a vida e, uma vez enraizada, a aprendizagem faz parte integrante das suas crenças e valores. Assim, nascem as verdades absolutas!
São verdades como estas que limitam e aprisionam o pensamento. Não vemos as coisas como elas são, mas a partir daquilo que nós somos e em que acreditamos.
Em linha com este pensamento, Buckminster Fuller afirmou “Você nunca muda as coisas lutando contra o que já existe. Para mudar alguma coisa, construa um novo modelo que faça com que o modelo atual se torne obsoleto”.
E se um dia surgisse alguém com uma visão totalmente diferente das verdades em que acreditamos? Que afirmasse que é possível criar organizações sem burocracia e rivalidade, sem stress e exaustão, sem resignação e ressentimento, sem exibição das hierarquias do topo e o trabalho angustiante daqueles que estão na base?
É este o propósito de Frederic Laloux, no livro “Reiventing Organizations”, que nos transporta através da sua visão para um mundo organizacional de cor verde-azulado – o Teal.
De acordo com Laloux, os modelos de gestão empresarial conhecidos estão ultrapassados e encontram-se no seu limite. Existe uma insatisfação generalizada, tanto na base como no topo.
No topo, o sofrimento é silencioso. As lutas internas e os jogos de poder têm um preço. Na base o trabalho é pesado, sem paixão e sem propósito. Nem os profissionais vocacionados escapam a esta insatisfação.
A solução passa por criar organizações com alma, que saibam extrair o potencial humano, promovendo um desenvolvimento mais sustentável a todos os níveis.
Para que isso seja possível, o ser ____
humano tem de entrar num novo estado de consciência com uma nova visão do mundo e, a partir deste, colaborar com novas formas de restaurar a sua interação com o mundo que o rodeia.
Ao longo da história, o ser humano passou por uma série de estados que lhe permitiram evoluir as habilidades ao nível cognitivo, moral e psicológico. Cada transição para um novo estado de consciência, conduziu-o a uma nova Era e, por conseguinte, a novas invenções.