31 de Outubro de 2020





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ALEXANDRE NUNES

Life Coaching


Fotografias D.R.


Parentalidade


Atualmente o papel das figuras paternais tem sido confrontado com algumas alterações. Nesse sentido, os pais do sec.XXI têm vindo a reinventar-se no que diz respeito à educação dos filhos e ao vinculo ou relação que desejam criar com os mesmos.




Aparentalidade posi-tiva parece ser a escolha acertada para pais que foram educados numa parentalidade autori-tária. Os pais do antigamente revêm-se numa educação autoritária onde o respeito imaculado era levado ao seu extremo. Tinham mais autoridade sobre os filhos, levando-os a serem inequivocamente obedientes, com respeito imaculado pelas suas figuras parentais.

Com a evolução do ser humano, sede do conhecimento, da leitura e sabedoria sobre este tema, a maioria dos pais optaram por abandonar esse estilo de educação, o que em alguns casos pode ter sido tão extremista que levou ao esquecimento de que o respeito é a base do relacionamento parental e é este conceito que deve ser constantemente fomentado nas crianças bem como nos pais. Estes também devem respeitar os seus filhos e o seu espaço. A chave da parentalidade positiva relaciona-se fortemente com o respeito mútuo.

Como em tudo na vida, é importante encontrar o equilíbrio não exercer uma parentalidade nem muito autoritária nem muito permissiva encontrando, assim, um meio termo no qual impera a parentalidade positiva.


Se formos muito permissivos acabamos por criar pessoas/crianças que não vão saber o que é lutar para alcançar objetivos, vamos perder o nosso papel de pais e ser simplesmente os amigos, o que para alguns pode ser o que pretendem no momento presente mas, a longo prazo, vão perceber que as figuras paternais devem sim ser amigos mas em primeiros pais.

O papel dos pais não pode ser equiparado ao dos amigos. Os pais criam regras, os amigos nunca o farão, se não forem os pais a terem este papel quem terá? Estas crianças vão crescer sem saber o que são regras? Iremos viver na “tirania dos filhos”?

Não se deve ser autoritário ao ponto de impor as regras mas também não é positivo ser permissivo ao ponto de nos desqualificarmos do nosso papel como pais. A meu ver devemos sim ser copilotos dos nossos filhos, entrar na viagem dando indicações, recomendando o melhor caminho e estando lá quando a escolha não for a mais acertada. É importante estimular os nossos filhos para saberem resolver algo que fizeram de errado, ajuda-los a refletir sobre as suas ações.

No entanto, atualmente o “estar lá” acaba por não ser tão fácil como pensamos porque vivemos numa Era de pressa constante, temos muitas coisas para fazer, queremos que os nossos

 


filhos tenham a melhor educação e sejam versáteis em tudo. Têm de ir à escola, têm de ter atividades extracurriculares, queremos que saibam inglês, francês, alemão, joguem ténis, futebol, rugby, passem tempo com os amigos no ATL, ter explicações para obterem a melhor nota na disciplina. Queremos dar-lhes tudo, que sejam pessoas formadas ao mais alto nível para que possam ter um futuro brilhante sem preocupações mas depois acabamos por não conseguir passar tempo de qualidade com eles. Estar com eles das 19:00h às 22:00h começa a ser o normal e no meio de tanta correria nem nos apercebemos que tipo de educação e parentalidade estamos a exercer. No pouco tempo que passamos com os nossos filhos não queremos dizer-lhes “não”, não queremos castigá-los, acabando por não estabelecer limites que são necessários para o crescimento saudável de qualquer criança que deve aprender a lidar com a frustração de não conseguir obter algo quando quer e como quer. Como passamos tão pouco tempo com eles acabamos por dar sempre tudo o que querem porque os queremos ver felizes sem pensar nas consequências que estes atos possam ter no seu futuro enquanto adultos.

As figuras paternais devem ser o primeiro professor e também o primeiro cuidador, devendo, por isso, investir-se no desenvolvimento da criança e no estabelecimento de um vinculo de segurança.

Neste sentido, para estabelecer um bom relacionamento interpessoal pais-filhos é importante parar, para prestar atenção aos filhos, ouvir para que eles entendam que o que pensam é importante e darmos valor, pensar na formação que lhes queremos transmitir e agir em conformidade com o que realmente eles precisam.



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