1 de Julho de 2020









ANDRÉ PINHEIRO

Direção de Qualidade


Fotografias D.R.




A falar é que nos entendemos!

 


No contexto atual, de pandemia, confinamento, e início (ainda tímido) de reabertura, a transformação digital das organizações, empresas e negócios de todas as dimensões ganha um carácter de urgência.


Como resultado da pandemia Covid19, chegar ao consumidor final tornou-se num desafio ainda mais exigente.

 



E

sta pandemia, que começou no final da I Guerra Mundial causou portanto mais mortos do que a própria guerra, e obrigou a muitas medidas de con­finamento social, muito semelhantes às que nos submetemos em 2020, como o distanciamento social e a utilização de máscaras.

A gripe espanhola corresponde ao tipo A da estirpe H1N1 (e que ainda hoje existe, sendo tratável) ficou conhecida pela associação ao nosso país vizinho, pelo que ainda hoje muita gente acredita que tem esse nome porque os primeiros casos foram lá detectados, ou porque foi o país mais afetado.

No entanto nenhuma destas pre­sunções é verdadeira. Pensa-se que a gripe terá surgido inicialmente nos campos de batalha da Europa Central no final da guerra (no início de 1918), e rapidamente alastrou para todo o mundo tendo permanecido particularmente ativa durante 2 anos.

Ficou conhecida com esse nome porque naquele final da 1ª Guerra, a maioria dos países envolvidos mantinha uma estratégia de auto-censura, para evitar demonstrar fraqueza no contexto mundial. Assim, os números de falecidos eram encobertos. Isto não acontecia na Espanha, que não impôs restrições à sua comunicação social na informação sobre o número de mortos. Assim, Espanha surgiu como o país com maior número de falecidos, e por esta razão ficou com a infeliz fama de ter sido a origem do surto.

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Isto faz-me pensar, com as devidas distâncias e não querendo comparar o incomparável, na quantidade de informação que queremos ou devemos dar, como sendo sempre um ponto delicado. Quando alguém nos pede dados, nomeadamente para além daquilo que estamos obrigados a dar, pensamos nas consequências?

Desde cedo que aprendemos que nas auditorias devemos responder apenas ao que o auditor pergunta, e nada mais que isso, e muita gente utiliza a mesma estratégia na relação com os clientes.

Há tempos visitei uma das empresas portuguesas atualmente mais famosas do mundo, onde me disseram que “para o cliente fazemos o mínimo exigido”, e até mesmo que “o bom senso é uma treta”. Eu não partilho dessa opinião, de todo, _____

mas concordo que devemos dosear a informação a passar. Ou pelo me­nos pensar um pouco nas implicações da informação que transmitimos. É sensível se for parar a mãos alheias? A ISO9001:2015 tentou introduzir algumas alterações neste ponto, no sentido de regrar aquilo que a organização ­comu­nica, tanto interna como extern­amente, e em que momentos. Tenho algumas dúvidas que isso seja efeti­vamente seg­uido pela grande maioria das empresas, até porque é um tema delicado, e de monitorização muito difícil.

E você? Se estivesse no lugar da Espanha em 1918, teria seguido o exemplo dos outros países, ou diria a verdade, mesmo sabendo que o país iria ficar para sempre associado a esta pandemia?


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