Com expressões como layoff,
desemprego e financiamento cada vez mais a serem utilizadas, os gestores das
empresas têm uma grande responsabilidade sobre si e um papel muito importante
na forma como se vai desenrolar todo este processo, que espero eu nos conduza à
retoma e recuperação económica.
Vivemos tempos de incerteza e
lutamos contra um “inimigo” invisível. Multiplicam-se as teorias, projeções e
estudos de impacto económico que, por serem tão dispares, só aumentam a
insegurança. Aguardamos com expectativa as medidas de apoio à economia e ao emprego,
tanto por parte do governo como pelas instituições europeias de quem se espera
a coragem e determinação para enfrentar esta situação ímpar que se abateu sobre
todos sem exceção. Temos a plena consciência que o nosso país sozinho, devido
ao elevado valor da dívida que acumulou ao longo dos anos, dificilmente será
capaz de implementar as ações necessárias e eficazes para vencer esta situação
de emergência. Como se não fosse suficiente, assistimos à passividade e
burocracia das instituições bancárias que tardam em fazer chegar o dinheiro às
empresas.
Com este cenário qual é então o
papel do gestor?
Sempre acreditei que as maiores
oportunidades se encontram durante as crises e penso que esta não será exceção.
Estamos em tempo de “guerra” e não tenhamos dúvidas em relação a isso. Este é o
momento de reunir as equipas, motivá-las e arrancar com toda a força para o
“campo de batalha”.
Existem 3 palavras chave para
ultrapassar este desafio – adaptar, reinventar e pessoas.
Não é o mais forte que irá
vencer, mas sim o que se adaptar melhor e mais rápido à nova realidade que
vamos enfrentar. Desde o estilo de vida, ao isolamento e distanciamento social,
até à forma de trabalhar é fundamental que tenhamos a capacidade de perceber
todas as mudanças que vão surgir e que começam já “amanhã”.
Por outro lado, existem setores
de atividade que vão desaparecer ou a recuperação irá ser tão lenta que
inviabiliza a continuidade das respetivas empresas. Para isso vai ser
necessário reinventar o negócio. Entre a mudança dos hábitos de consumo, a
necessidade de transmitir confiança ás pessoas para frequentarem novamente
espaços públicos e o desenvolvimento da indústria e produção nacional, vão
surgir várias oportunidades que podem ser aproveitadas por quem estiver atento
para direcionar a sua atividade.
Por fim e para mim o mais importante é a forma como os gestores cuidam das pessoas. Sempre disse que as empresas não são feitas de pessoas, as empresas são as pessoas. Quem souber gerir esta crise com os valores certos como o respeito, solidariedade, segurança, tolerância, partilha e cooperação vai conseguir unir toda a equipa em volta de um objetivo comum. A força dessa união é mais do que suficiente para conseguir vencer esta guerra.