Nesse sentido, compreender
o léxico da palavra ‘desafio’, um ‘elemento de jogo’ que integra um papel chave
no envolvimento dos players, frequentemente utilizado enquanto content gamification,
constitui uma extraordinária reflexão e aprendizagem.
Desafio é a ação
de avivar todo e qualquer tipo de jogo para se conseguir um determinado
objetivo. Implica ‘mover’ comportamentos em prol ou face de algo, a nível
pessoal ou profissional, enquanto colaborador ou cliente.
Na verdade, um desafio
pode ser disputado de diferentes ângulos, permite que a pessoa compita com ela
própria, entre ela e um oponente, entre ela e concorrentes ou rivais. Sinónimo
de competição, instiga a disputa por um lugar, resultado, prémio ou vantagem.
É ainda factual
a importância dos desafios na vida das pessoas, quer a nível pessoal quer
profissional. Prova disso é a forma como as pessoas se entregam a um propósito,
ultrapassam e vencem problemas, em várias dimensões e situações. Já no contexto
empresarial, as organizações também têm reinventado os seus negócios, por
exemplo, digitais, incorporando desafios lúdicos para os clientes permanecerem
no site, não desistirem da compra, sentirem-se envolvidos e imersos na
experiência, de modo a conseguirem adesão e recomendação.
Concretamente, o
desafio estimula e incentiva a realização, normalmente acima das competências
ou habilidades de uma determinada pessoa. A conceção de desafios influi, assim,
a criação de momentos para competir, cooperar e superar.
Neste sentido, a
marca ‘Duolingo’ que assenta o seu modelo de negócios numa plataforma de ensino
de idiomas com mais de 25 milhões de utilizadores mensais em todo o mundo e
mais de 29 idiomas, é um excelente caso de estudo. Ilustra bem a utilização de content
gamification assente numa ampla utilização de design, pensamento e elementos
de jogos. Na verdade, a experiência que proporciona é composta por vários
elementos de jogos, tais como: leaderboards, recompensas virtuais, níveis de dificuldade,
pontos, quizzes, partilha social e regras, entre outros que a tornam mais
divertida[1]
e envolvente, facilitando a consecução de rotinas e aprendizagem.
De facto, o ‘Duolingo’
emprega uma quantidade assinalável de desafios diários para (1) captar a
atenção e interesse, (2) despertar o desejo (3) levar à ação e (4) envolver e
fidelizar os ‘players’ (i.e., learners of all world / utilizadores) com
a marca, site ou app. Depreende-se também que os desafios são sapientemente
colocados e customizados o que torna a experiência de utilização muito pessoal.
Os players começam num nível básico e/ou adequado aos seus
conhecimentos e vão avançando à medida que ultrapassam diferentes níveis de
dificuldade. Já a dinâmica de jogo é simples e objetiva. Assenta, fundamentalmente,
no reforço do envolvimento com os players, recorrendo a uma comunicação diária
entre o ‘Duolingo’ e o respetivo player, ou seja, o exercício de motivação ‘treina-se’
diariamente!
Assim sendo, muito
sucintamente, o ‘Duolingo’ interage várias vezes com o player para o alertar,
elogiar, recompensar, premiar, reconhecer, estimular a competir, a cooperar e
socializar. Relembra, aconselha e apoia. Reforça e comemora os feitos.
Partilha metas diárias, semanais e mensais, divide responsabilidades, acompanha
e fornece feedback.
Em conclusão, tal
como, na gestão de pessoas, um dos maiores problemas na aprendizagem de um
idioma é permanecer motivado. Ora, o Duolingo tem conseguido proporcionar o
ensino de idiomas em todo o mundo com enorme sucesso, o que coloca em relevo o
papel do Duolingo, aqui considerado como ‘mestre de motivação’.
Para terminar, como
reflexão final, importa compreender que desafios podem ser aplicados
diariamente na gestão de pessoas, bem como que lições se pode apreender com o Duolingo,
de modo a «importar» as melhores práticas e desafios para o contexto
organizacional, particularmente para a gestão (da motivação) das pessoas.
Let’s go!