Alfabeto positivo

Do primeiro semestre em Portugal

Rui Pedro Oliveira
1 de Julho de 2019

A

Airbus, escolheu a companhia de bandeira portuguesa TAP para entregar o primeiro A330-900 neo. O mais moderno avião do construtor europeu para viagens de longo curso. Com mais tecnologia, mais silencioso e poupando mais combustível foi estreado num vôo entre Lisboa e Miami em Março deste ano. Ser o primeiro é sempre um sinal de reconhecimento, antecipação e de desenvolvimento.

B

Barcos talvez o mais correto seja navios na linguagem técnica, a serem construídos nos estaleiros de Viana de Castelo. Quando há uns anos davam os estaleiros como mortos em 2011 e se iniciou o processo de privatização dos mesmos, este ano, os Estaleiros de Viana voltam a ser referência mundial na indústria naval e empregam neste momento mais de 1200 pessoas. Ninguém, nem os mais céticos da altura, faltou à fotografia quando o NPO Setúbal foi batizado em Fevereiro de 2019.

C

Casillas. Iker Casillas. Não é português, mas o Porto adotou-o como tal, de tal forma que quis o destino que este adorável, simpático e profissional ser, tivesse a infelicidade de ser no nosso país que tivesse que por fim a uma carreira fantástica e um grande embaixador do futebol em todo o mundo. Também teve a felicidade de tudo ter corrido pelo melhor e ter sentido de tal forma o calor portuense que se quer manter em Portugal por mais uns anos com a família. Força Iker, força Sara, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.

Desemprego em Portugal, chegou em Março deste ano à sua marca mais baixa nas últimas décadas (6,3%). Turismo, investimento, exportações, anos de maior e melhor formação académica e sem dúvida os jovens terem hoje em dia mais “mundo”, e claro conjeturas e governantes dos últimos anos, tudo isto contribui para estes valores recorde. Sempre de ressalvar.

Elétricos. Cada vez mais em Portugal o carro elétrico é o meio mais preferido pelos portugueses quando compram um carro novo. Só no primeiro semestre de 2019, as vendas superaram todo o ano de 2018. Claro que oferta é maior, o preço ainda pesa, mas a longo prazo a vantagem é substancial para todos, para o bolso de cada um e para o ambiente. Números que superam alguns países desenvolvidos europeus, não obstante eles terem adotado os métodos anteriormente. Fica a devida nota de mudança, que parece ter vindo para ficar.

Farfetch, primeiro unicórnio português com o um IPO na bolsa de Nova Iorque que no segundo dia já atribuíam uma capitalização de mais de 51%. Este ano não pararam de expandir e graças ao seu visionário, José Neves, que afirmou há dias: “A Farfetch dará lucro no dia que nós quisermos” após dizer aos 44 anos que vai doar 2/3 da sua fortuna para combater a iliteracia digital em Portugal. Toda a moda internacional de Portugal para o mundo.

G

Gastronomia Portuguesa. Não para de surpreender, mais estrelas Michelin este ano, pela primeira vez seis duplas estrelas e vinte estrelas em todo o território. Começam a aparecer estrelas fora dos lugares do costume, nomeadamente em Trás os Montes e no Minho. Descentralização de estrelas, embora a descentralização de “tascos” cada vez melhores por todo o país prolifere cada vez mais invadindo as grandes urbes, tudo ao gosto de cada freguês.

Hospital de São João no Porto, ala pediátrica. Finalmente as crianças saíram dos contentores que os albergava para instalações dignas de um país decente. Não devia ser motivo de regozijo uma matéria destes pois nunca deveria ter acontecido, mas como era um facto e mudou tudo para melhor, é um aspeto de evolução que muito saúdo e qualquer criança merece, principalmente as que pelos motivos que sabemos têm que lá permanecer.

Instituto Português de Oncologia do Porto, administrou pela primeira vez em Portugal em Maio, com base na modificação genética de células, uma terapia no tratamento ao cancro do sangue. A taxa de sucesso espera-se na ordem dos 40%. Com esta nova terapia os doentes que se encaixem nos 40% de casos de sucesso, terão a doença controlada ou definitivamente curados ao fim de dois anos. Número antes que falhando uma opção destas, daria uma estimativa média de vida de seis meses. Uma boa notícia com excelentes perspetivas.

Joao Félix. Quase anónimo para a maioria dos portugueses no início do semestre, hoje um nome conhecido em todo o mundo por ter jogado 6 meses e tornar-se a 4ª maior transferência a nível mundial por 120.000.000€. Independentemente dos clubes e agentes envolvidos, é obra de todos. Oxalá o rapaz não se perca e seja mais um grande português no mundo da bola como tantos temos e tivemos. Boa sorte João.

K

Kg, cerca de menos 2.137. Foi o que o Banco Alimentar contra fome registou na primeira campanha do ano em Maio, resultando numa quebra de 5% e relação ao ano passado. Tal como em outras causas, certamente no segundo semestre rebatemos esta caída como é nosso timbre voltando a valores sempre crescentes como esta causa bem merece e tantos portugueses alimenta com mais de 1200 voluntários por média em cada ação.

Liga das Nações. Futebol português mais uma vez no topo. Desenhada em Portugal, acolhida por Portugal na sua primeira edição e, naturalmente de forma “limpinha”, em campo, Portugal levou o troféu. Um torneio que veio tornar os obsoletos jogos amigáveis em mais um meio lucrativo para todos no ópio do povo que agrada às massas. O nosso futebol, o nosso bom futebol com excelentes resultados praticado em Portugal.

Matilde, a união dos portugueses quando sentem que realmente algo injusto, sem a mão do Estado (no início claro) ou alguma causa que possa ser inalcançável, dota o mais pobre ou mais rico anónimo no maior poço de altruísmo alguma vez imaginado. O coração português não é grande, é gigante.

N

Nascimento de Salvador, o bebé milagre. A mãe, Catarina entrou em morte cerebral após um violento ataque de asma ainda no ano passado, porém o pai manteve a mulher artificialmente em vida. Em finais de Março o Salvador vinha ao mundo. Embora não seja caso único, foi notícia além-fronteiras pelo tempo que a mãe esteve cerebralmente morta e o bebé saudável no seu corpo. Sempre bom saber que nunca nada está perdido até ao destino final. Acreditar sempre.

O

ONU. O Secretário-Geral da ONU, o português António Guterres, foi capa da revista Time a alertar numa fotografia tirada em Tuvalu, de fato e gravata e um ar carregado, para o efeito das alterações climáticas em todo mundo e a subida do nível da água dos mares arrasando milhares de ilhas e invadindo cidades inteiras neste século. A última capa da Time a falar de Portugal foi em 1975 apelando à “Lisbon Troika. Red Threat in Portugal” com a “foice” e a troika da altura na capa. Salazar e Spínola também já tinham sido protagonistas da mesma.

Partidos políticos, os novos que aparecem e prometem mexer com o sistema. Hoje em dia não há nenhum espaço político que não cubra qualquer tendência ou ideologia, só mesmo a apatia ou a preguiça podem continuar a alimentar altos níveis de abstenção. Sempre salutar numa democracia, rostos e ideias novas para todos os portugueses. Alternativas, não faltam, depois, não se queixem.

Q

Quatar. O mundial de 2022 está em causa realizar-se neste país do Golfo Pérsico que tinha sido atribuída por Blatter e Platini (remete para a letra seguinte) a organização do mesmo numa decisão inédita de nesse ano anunciar dois mundiais de uma vezes. Este e o de 2018 na Rússia. Tudo soou estranho desde o início. Rumores, e não passam disso nos últimos meses, dizem que poderia ser substituído por uma co-organização entre Portugal e Espanha, entre outros. Que bom seria ter cá a festa de um Mundial ao exemplo do que foi o Euro 2004. Mas atenção só estas três frases é que podem ser um rumor, o resto são factos.

Rui Pinto, herói ou vilão? Há quem tenha a duas visões sobre este “miúdo”. O que é certo, é que muito do que ele descobriu já abanou com muita “fartar vilanagem” que existia por este mundo fora. E isto é o que sabemos até agora para já no mundo do desporto… Um assunto claramente a acompanhar neste semestre.

Segurança. Para todos os efeitos, tirando alguns piquetes de stalkers de uma televisão ou jornal espalhados por todos os lados para alguns crimes, geralmente passionais entre familiares ou vizinhos, Portugal é cada vez mais um país que cresce a nível de confiança global na sua segurança. Bom para quem nos visita, excelente para nós que o habitamos e fazemos a nossa parte.

Turismo. Apenas não gosto de chegar a alguns restaurantes e ter que pagar como um americano ou inglês, de resto, cidades e arredores recheadas de pessoas, gera mais emprego, promove a economia e o país. Quem se recorda outrora, há poucos anos, centros de cidades desertas e que hoje por via do mesmo, exultam cultura, diversidade e alegria todos os dias. Como dizia o Zeca Afonso: “Seja bem-vindo quem vier por bem”.

Uber e outras plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, já são obrigados desde há 3 meses a identificação exposta, com uma placa (TVDE). Finalmente já não precisam de andar escondidos com medo dos taxistas enfurecidos, e estes últimos só perdem se não perceberem o que quer dizer civismo, educação, limpeza e utilização de meios eletrónicos de pagamento. Pelo que tenho verificado, parece que já têm evoluído, mas só alguns. Também a Uber começa a decair em alguns serviços, mas a convivência sem ter que ser escondida já é um avanço enorme num país civilizado.

Vinhos Portugueses. Dos vinhos do Porto, aos magníficos vinhos do Douro. Do Dão e do Alentejo sobretudo que se começam cada vez mais a revelar sejam os brancos os tintos e até bons rosés nas palavras dos entendidos. Portugal não para de exportar, os grandes produtores de investir e o setor a evoluir, a qualidade sempre a aumentar e os apreciadores sempre a distinguir. Inclusive no concurso anual desta vez em Adelaide na Austrália, um galardão atribuído a Portugal de um “Best of Wine Tourism”.

Websummit, investimento para 10 anos na maior feira de alta tecnologia mundial. Oradores convidados de renome mundial, um alargamento para o maior centro de congressos do país receber na próxima década as centenas de milhar de visitantes, impulsionando a economia e visibilidade de Portugal. Um “income” em todos os aspetos. Uma década é muito tempo hoje em dia tecnologicamente falando, por isso que se reinvente sempre. A expectativa está alta.

Xeque Mate, o nome do cavalo abatido após uma tourada em Coruche. Primeiro alguém pôs o dedo na ferida, depois começaram a demolir praças de touros, por fim, depois de infelizmente um cavalo abatido e dois toureiros no hospital, onde o touro desta vez levou a melhor (também merece de vez em quando) parece que é desta que por cá acaba esta festa medieval.

Youngquest e Luma Grothe, o casal de namorados que são a cara de perfumes de Paco Rabanne, trocaram há poucos dias Paris pela Ericeira (onde já vi isto?) juntando-se a Madonna, Louboutin, Monica Bellucci e Starck que já se instalaram em Portugal por imensas temporadas. Ao que parece podem-se seguir a estas estrelas, Scarlett Johansson e Phil Collins. “Portugal Fashion”.

Zebinix, fármaco desenvolvido em Portugal, este ano já representa mais de 30% da faturação da Bial e a liderar no mundo no combate à epilepsia. Parabéns ao laboratório na sua investigação e desenvolvimento, e pelo seu enorme crescimento a nível mundial, alavancando mais uma vez tudo que de bom na área da saúde Portugal exporta.

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