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GenX vrs GenY
"Poucos têm a grandeza de vencer a própria história e o mundo sozinhos; mas cada um dos nós pode trabalhar para mudar uma pequena porção de eventos, e no total com todos esses atos será escrito um melhor presente e futuro." - Robert Kennedy
Em qualquer trabalho, posição ou função numa organização, todos temos
que trabalhar de forma intensa para adquirimos novas competências. Toda a
informação e conhecimento está acessível. O "trabalho" aqui é querer
aprender. Adquirir a experiência e nutrir a criatividade de melhorar o atual e
imaginar o futuro implica um tipo de compromisso diferente. A questão aqui é
não ter medo de evoluir e pensar, ser e atuar de forma diferente. Não ser
contra ou a favor de algo. Mas ser diferente. E é este o grande poder e
detonador que identifico como sendo crucial para as Pessoas e Organizações.
Unirem o melhor de todas as gerações que neste momento estão envolvidas na
liderança e execução e criação de atividades|produtos|serviços. E que as
próprias empresas sejam o melhor palco para que as Pessoas possam ser os atores
mais genuínos nesse papel.
Para isso, novos e experientes têm que realizar uma aprendizagem e
escuta ativa mútuas. Todos os dias aprender algo e todos os dias esquecer algo
também.
Existe uma abordagem a que chamo o CAMINHO DO MEIO NAS ORGANIZAÇÕES,
baseado em 5 alicerces que estruturam a forma como se pode criar a melhor
mescla de competências e personalidades numa organização:
Valorizar a
Escolha
Impulsionar uma
Agilidade Tranquila
Potenciar os
"Knowmads"
Criar Feedback
Emocional Mensurável
Aceitar o Medo
de Falhar
Todos já ouvimos falar no
generation gap. De certeza que o sentimos (no passado e agora) :)
Não gosto de codificar as pessoas e gerações desta forma, mas o que apresento
em seguida define de forma competente o tipo de personalidades que temos neste
momento nas organizações (como em tudo existem pessoas que não se alinham pelos
estratos e eu próprio sou uma mistura de "gerações" a nível de
personalidade).
A geração X (nascidos entre meados dos 1970's e 1980's)
acredita na objetividade, são pragmáticos no seu terreno de atuação. "Work
hard, play harder" é o seu lema. Entendem o sucesso como alcançar a meta.
Fizeram a transição do sacrifício para a afirmação. Mas tiveram o cuidado de passar
a centelha dos sonhos e do possível para os mais novos. Passaram a esperança e
a confiança, mas infelizmente e devido ao seu próprio processo de afirmação,
não foi possível transmitir uma melhor ligação à realidade e às ferramentas
para ir além do sonho - estruturar, planear, agir, interessar com doses q.b. de
empenho e foco.
A geração Y ou Millennials (1990's) foi incentivada a perseguir os
seus sonhos e recuperou alguma da imaginação, criatividade, conceito de
sociedade e bem maior. Valorizam o caminho. Milhões tornaram-se os portadores
do estandarte do que chamo a versão renascentista dos Negócios e Organizações -
ter um lucro com propósito sem que ninguém fique a perder e que contribua para
um equilíbrio (muito diferente de total igualdade) na sociedade.
X é de Marte, Y é de Vénus.
Dada esta realidade, chegou o tempo de nós (os líderes e profissionais da
geração - 35's até 50's) aceitarmos, prepararmos e acompanharmos "esta
malta nova" na definição de um novo futuro mais sustentável suportado por
estes profissionais. Porque em 2020 eles serão 60% daa força ativa de trabalho
no mundo.
Jamie Gutfriend, do CAA’s Intelligence Group, refere que é de todo o interesse
das organizações em se transformarem para poderem ter condições de
"encantar", desenvolver, motivar e cuidar (sim cuidar) de todo este
talento técnico e emocional que está em fase de erupção. Senão e como em tudo,
um preço será pago. A infografia seguinte apresenta as aspirações e expetativas
dos GenY:
Se pensarmos bem, também os mais experientes tiveram (e muitos ainda
têm) estas aspirações e desejos de deixar uma pegada positiva no mundo. Algures
perdemos esse elo. Que melhor forma de o recuperar promovendo a empatia, a
preparação, o entusiasmo e o grooming positivo dos GenY ao mesmo tempo que
partilhamos a nossa experiência, fluidez de raciocínio objetivo, sermos
práticos e termos um foco apurado? Um win-win!
Como podem os GenX's e GenY's potenciar as suas diferenças e transmutarem o
"conflito" para uma "aliança" nas organizações? Existe o
que chamo o CAMINHO DO MEIO NAS ORGANIZAÇÕES e em seguida
apresento os alicerces que sustentam essa abordagem:
| VALORIZAR A ESCOLHA
É necessário proporcionar escolhas. Existem metas, objetivos, mas estes podem
ser alcançados de formas diferentes. E hoje é fácil ter escolha, pois temos
acesso a tecnologias de baixo custo e a um grau de conetividade e conhecimento
que proporciona uma curiosidade e evolução sem igual. Mas estas devem ser
alinhadas e focadas com os objetivos das equipas e da empresa - sempre
balizados pelo bem comum. Por isso um GenY deve ser ajudado a definir os seus objetivos, metas e
resultados. Mas os GenX devem confiar e proporcionar a abertura para estes
sejam atingidos através da total utilização da inteligência técnica e emocional
dos GenY, à sua maneira.
| IMPULSIONAR UMA AGILIDADE
TRANQUILA
Sim, de facto as empresas têm que ser mais dinâmicas na forma como operam. As
pessoas também, na forma como trabalham. Mas nem em todos os momentos as empresas
e pessoas podem ser completamente ágeis. Existem normas, regulamentos,
procedimentos, leis nacionais e internacionais a cumprir e auditar. Ser uma
empresa reconhecida como tendo uma responsabilidade social ativa é o melhor
paradoxo - é um processo lento, burocrático e não alinhado com os objetivos que
pretende atingir (e em muitas situações é um processo falso). Mas para tudo são
necessárias decisões e ações. Vamos juntar a capacidade reflexiva e analítica de uns
e misturar com vontade de fazer e o entusiasmo dos outros.
|POTENCIAR "KNOWMADS"
Um futuro possível: como será trabalhar numa organização onde as pessoas são
incentivadas a realizar funções diferentes ao longo do ano? Onde têm a
possibilidade de percorrer, pesquisar, procurar e colaborar de forma aberta com
outras pessoas, áreas de negócios e culturas? Que participam em equipas
colaborativas e multi-disciplinares e com multi-personalidades? Se isto for
feito de forma correta, é um win-win para todos. Claro que requer um
compromisso entre o líder e o profissional, entre a Pessoa e a
Organização. Nem todos os que vagueiam estão perdidos e nesse sentido os
profissionais a quem seja permitido percorrer esta linha irão estar expostos a
tanta coisa boa dentro e forma da sua indústria de referência que o resultado
possível é apenas um - inovação contínua! Também promove a materialização de algo que é
necessário manter em todas as idades. - adaptação, entusiasmo pela mudança e
cabeça fresca.
| CRIAR FEEDBACK EMOCIONAL
MENSURÁVEL (ATRAVÉS DE ATOS E RELAÇÕES E NÃO NUMEROS)
Todos nós precisamos de feedback. A geração mais nova sente uma grande
necessidade de receber informação, partilhas e opiniões por parte de outros.
Não no sentido do elogio mas no sentido de receberem o input. Esta é uma ótima
oportunidade para as organizações aprenderem a dar, receber e utilizar o
feedback para poderem iterar (reajustar) e melhorar. Isto permite de forma
automática que a empresa tenha uma dinâmica de melhoria constante. As pessoas querem ser
valorizadas, mais do que elogiadas e principalmente avaliadas. E valorizadas significa
saberem quando estão no caminho certo, o que podem fazer de melhor e que existe
uma estrutura por detrás para as potenciar.
Por último - dar feedback permite que as pessoas compreendam como alinhar a sua
contribuição na organização com as suas competências, atitudes e emoções.
| ACEITAR O MEDO DE FALHAR
Os GenY têm medo de falhar. Não porque são Y, mas sim porque são humanos. Mas
têm mesmo muito medo de falhar. Por detrás do ar confiante, decidido e quiça
arrogante, os GenY necessitam de sentir uma base de apoio, tendo em conta que o
seus genes de propósito e afirmação não estão devidamente suportados pela
experiência e pela estrutura e perceção da necessidade do "hard
work". Por isso eles esperam que as suas organizações lhes proporcionem um
ambiente onde eles possam colocar questões, que interpretem o erro como um
factor de aprendizagem, ao mesmo tempo que tomam riscos de forma
informada. Muitas empresas promovem o paradigma da iniciativa e do risco calculado,
mas na realidade "castigam" quem erra de forma honesta e não
reconhecem o sucesso e os resultados.
A ambição, o ter consciência que tudo é possível e a vontade de mudar o mundo
pode de facto mover montanhas e transformar os negócios, tecnologia e mercados.
Mas para se atingir esse sucesso é também necessário a capacidade de foco, de
aceitar e aprender com os erros e ser resiliente e recarregar baterias de
esperança, para que em novas oportunidades as coisas corram melhor!
A beleza e riqueza da
colaboração entre as gerações mais jovens e mais experientes é que se consegue
combinar propósito, a vontade de através do trabalho criar algo melhor, com
experiência, reflexão, estrutura e definição de ações. Força e energia com
sabedoria e foco - é uma maneira infalível de assegurar o futuro da nossa
sociedade e das gerações futuras, através das melhores Pessoas e Organizações.