Ser Empreendedor não é um trabalho. É um estilo de vida!

É algo que normalmente surge de valores e emoções como independência, reconhecimento, paixão e busca por algo de possa deixar uma marca no mundo, ajudar pessoas e negócios e claro, gerar dinheiro.

Hugo Gonçalves
13 de Março de 2017

É algo que normalmente surge de valores e emoções como independência, reconhecimento, paixão e busca por algo de possa deixar uma marca no mundo, ajudar pessoas e negócios e claro, gerar dinheiro.

Mas a expressão “estilo de vida” não consegue captar de forma total todas as dinâmicas e a experiência que caracterizam o percurso de alguém que pretende fazer algo novo ou disruptivo. Muitas vezes os empreendedores sentem-se perdidos, sem noção de qual o caminho a seguir, sem total confiança nas suas próprias capacidades e ao mesmo tempo descobrindo outras que não tinham ideia que existissem. Em muitas situações a desmotivação e o desgaste imperam quando os planos não correm como esperado e o stress manifesta-se devido à incerteza se a ideia ou negócio poderá arrancar ou funcionar.

No entanto, à medida que se percorre este caminho, independentemente se termina em sucesso ou com resultados menos bons, a própria experiência é uma aprendizagem fantástica e certamente poderá mudar a perspetiva que temos das coisas e proporcionar um conhecimento empírico que podemos utilizar para fazer crescer ainda mais um projeto de sucesso ou abraçar uma nova aventureira profissional (seja ela de cariz empreendedor ou não).

Qualquer atividade profissional pode-nos dar a oportunidade de aprender lições difíceis, mas só através do empreendedorismo podemos ter uma consciência profunda das seguintes verdades:

1| Os teus planos nunca vão funcionar

Esta expressão pode ser um pouco abrasiva ou pouco motivadora para a maioria das pessoas, mas é totalmente verdadeira para as pessoas que caminham no trilho do empreendedorismo e inovação. Independentemente do detalhe, validade e pesquisa associada ao plano, existem inúmeras variáveis e contextos que contribuem para que os planos possam de alguma forma falhar. Mas isto não significa que não se possa alcançar o sucesso. O truque é aceitar que os planos são a representação teórica de algo que vamos implementar e que ao serem confrontados com a realidade, estes planos devem evoluir, ser refinados e como líderes devemos evitar a colagem a um único caminho. Devemos ser flexíveis e aceitar que o caminho que inicialmente foi definido pode ter outras ramificações ou opções.

2| Não existe a altura perfeita

Ser empreendedor implica assumir riscos, em muitos casos bastantes riscos. Mas os risk-takers mais conservadores muitas vezes tentam esperar pelo momento certo – lançar um produto na altura certa ou despedir-se do trabalho e iniciar um projeto próprio na altura perfeita. Muitas vezes isto significa esperar pelo “alinhamento das estrelas” para se agir.

Os empreendedores sabem que não existe a altura perfeita. Por isso temos que arriscar mais do que os outros e “saltar” para novas iniciativas mesmo que exista receio e desconforto em o fazer. Nestas etapas aprende-se que a ação é sempre melhor que a estagnação e que esperar pelo timing perfeito é uma pura perda de tempo. A perfeição é inimiga do progresso.

3| As pessoas são o mais importante

Muitas vezes os empreendedores começam os seus projetos animados pela crença na sua ideia e com uma perspetiva de ganhos e criação de valor. Uma perspetiva individualista. Mas normalmente a aprendizagem que surge é que as pessoas são o mais importante e o fim último da inovação e do empreendedorismo. Mesmo que se tenha uma grande ideia, esta apenas se vais materializar com as pessoas certas para dar suporte.

As pessoas irão ajudar ao longo do percurso. Elas são a sua equipa, os clientes, investidores, famílias e amigos. Normalmente costumam-se dizer que os empreendedores são suportados pelo fator FFF – Founders, Family and Friends. Todos aqueles que pretendam inovar devem compreender este fenómeno e fazer tudo para que as pessoas envolvidas possam ser motivadas e inspiradas e assim melhor contribuir para o melhor alinhamento entre um novo produto e serviço e os seus clientes e utilizadores.

 

4| Falhar é aceitável e pode ensinar algo

Todos os arrojados vão experienciar o fracasso em alguma altura da sua vida profissional. Bill Gates e Richard Branson tiveram hipótese de saborear o amargo sabor do insucesso em várias fases do seu percurso.

Algumas pessoas deixam que a nuvem do fracasso leve a melhor e abandonam as suas ideias e paixões. Mas quem se dedica ao seu projeto com paixão aceita de forma pacífica que erros eventualmente vão suceder e que em alguns casos serão inevitáveis. Falhar não é o fim da estrada. É uma oportunidade para aprendermos com os nossos erros e decisões e crescer como líderes dos nossos negócios.

5| Persistência é tudo!

Todos os dias milhões de pessoas criam e desenvolvem novas ideias. Mas apenas um punhado delas conseguem ter a persistência e a vontade de as desenvolver.

Os empreendedores percebem que a resiliência faz a diferença entre o sucesso e o fracasso. Mesmo quando em dúvida, mesmo com hesitações e com menos paixão e energia, apenas a paixão e fé nos projetos e a respetiva persistência faz com que as ideias avancem e se transformem em frutos.

Perceber como as ideias nascem e morrem, ter consciência e convicção nas competências e interesses próprios e confiar nas pessoas e receber a sua ajuda e inputs são fatores valiosos que podem ajudar a trilhar um caminho sempre desafiante e com obstáculos, mas muito recompensador.

São estas as verdades que definem o percurso de um empreendedor.

Hugo Gonçalves
Chief Innovation Officer | Executive Coach | Trainer

 

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hugogoncalves@powercoaching.pt

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