Acreditar que é possível!

Acreditar que é possível!O hóquei é o desporto-rei em Valongo! A cidade tem uma forte tradiçãonesta modalidade e este ano viu um sonho tornado realidade...

1 de Setembro de 2014

Acreditar que é possível!

O hóquei é o desporto-rei em Valongo! A cidade tem uma forte tradição nesta modalidade e este ano viu um sonho tornado realidade – o título de campeão nacional! A Start&Go entrevistou o treinador Paulo Pereira, um dos responsáveis por este feito.

Start&Go – O Paulo esta ligado à Associação Desportiva de Valongo desde a infância. De que maneira a prática de um desporto, neste caso o hóquei, foi importante para o seu desenvolvimento profissional?
A prática de um desporto, seja ele qual for, obriga a muita disciplina. O hóquei não é exceção! Desde sempre aspirei ser jogador de hóquei e isso obrigou-me a aprender a traçar objetivos, o que considero refletir-se na minha atividade profissional.

S&G – Sabemos que a ADV é uma grande escola da modalidade. Que valores e competências fomentam a prática do hóquei nas crianças?
Primeiro que tudo, trabalhamos nos miúdos o gosto pela modalidade, pois ao praticarem um desporto que gostam empenham-se muito mais. O facto de termos um escalão sénior ao mais alto nível na modalidade e o facto de os nossos escalões jovens terem ambições ao título nacional torna esta
tarefa mais fácil. Outro aspeto também muito valorizado na ADV é a aposta forte na patinagem. Nos 1ºs escalões de formação não temos preocupação com os resultados, mas sim com dotar os miúdos com competências na patinagem, pois consideramos que esta assume um aspeto central no hóquei em patins e a curto prazo os resultados emergem.

S&G – Na sua opinião, o ambiente de competição facilita a integração dos jovens no mundo do trabalho?
Claro que sim, pois, à semelhança do mundo desportivo, o mundo do trabalho cada vez é mais competitivo.

S&G – A época que agora termina fechou com chave de ouro – o título. Sendo a ADV uma equipa amadora que compete com equipas de elevados recursos, este resultado tem certamente um sabor especial. Demonstra que é possível obter o sucesso com poucos recursos?
Penso que o título de campeão nacional conquistado é fruto de muito trabalho, dedicação e gosto pela modalidade.
Não obstante, não deixo de considerar que as condições são importantes, pois permitem um trabalho mais facilitado.
Contudo, o sabor que este título tem para mim, enquanto treinador, é indiscritível, pois quando comparo as nossas condições com as condiçõesdos ditos "grandes" penso que de facto somos e trabalhamos muito bem. Tenho consciência e a minha experiência diz-me que nem sempre o trabalho dá frutos, mas este ano fez-se justiça!

S&G – Valongo tem desde há alguns anos disputado os primeiros lugares da tabela de classificação no campeonato. Não se podem esconder estratégias: qual o vosso segredo?
Os segredos, porque são segredos, não se dizem! Considero que a chave do nosso sucesso não é segredo, pois é visível a todos os que nos acompanharam, e chama-se TRABALHO, DEDICAÇÃO e MUITO QUERER. Penso que é o que traduz o lema da ADV: orgulho, raça e tradição.

S&G – O erro não é facilmente aceite em ambiente empresarial. No mundo desportivo, há vitórias e derrotas. Como são encaradas as derrotas?
Felizmente este ano foram poucas as derrotas. Se no mundo empresarial estão associadas a fracassos no desporto têm de ser encaradas como momentos de crescimento e aprendizagem. Tentamos perceber nas nossas derrotas os aspetos menos conseguidos para que não se repitam nos jogos seguintes.

S&G – É normal no mundo das empresas utilizar analogias referentes ao Desporto. Que conselhos daria a um gestor que compete com grandes empresas de elevados recursos para sair vencedor?
Não gostaria de deixar nenhum conselho, pois considero que estes, quando dados, devem ser sinceros e adequados à realidade. Não obstante, posso dizer que ter muitos recursos não é condição única para o sucesso. A vontade de vencer e o trabalho penso que suplantam os recursos, pois, e transpondo para o mundo do desporto, e do hóquei em concreto, dentro do ringue em jogo são 5 contra 5 e os nomes e os euros não jogam. É lógico que as equipas com mais recursos têm a possibilidade de se apetrechar com jogadores mais completos tecnicamente, mas, se calhar, falta-lhes o resto, não menos importante. Sempre digo que gostava de ver um treinador das ditas equipas grandes treinar uma equipa com menos recursos, tendo muita curiosidade em ver os resultados que alcançavam.
Fazer omeletas sem ovos não é fácil!
Sou um homem de desafios e considero que ainda bem que existem equipas com menos recursos, pois de outra forma seriamos todos tentados a importar os jogadores e a não valorizar os grandes valores nacionais que temos. Prova deste valor o título de campeão nacional por nós alcançado: com uma equipa de jogadores muito jovens, muito talentosos e alguns até mesmo dispensados pelas equipas ditas grandes! É um orgulho para mim relançar a carreira destes jogadores e é com enorme satisfação que vejo aqueles clubes que já os dispensaram vir outra vez contratá-los.

S&G – Qual foi o seu pior e melhor momento como treinador?
Não considero que existiram maus momentos na minha carreira, pois gosto tanto do que faço que, quando muito, posso equacionar que existiram menos bons, a exemplo: derrotas injustas e saídas de jogadores com quem gostei muito de trabalhar. 
Momentos bons: trabalhar diariamente com a minha equipa e ter sido campeão nacional este ano.

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